Thursday, September 29, 2005


les amants by Raymonde Jodoin
Originally uploaded by Kanuthya.

o silêncio dos amantes abraçados contra a morte

(les amants, Raymonde Jodoin)

O O'Neil é que sabe


Powered by Castpost

Wednesday, September 28, 2005

vertigem

As personagens que me acompanharam durante poucos meses partiram encaixotadas, sem esperança de existirem para além das páginas. Deixaram-me numa vertigem leve, ainda caminhando num fio de arame, não muito fino, vou ensaiando por ele passos desprovida de sapatos salpicados com pó-de-talco. Lá em baixo há uma rede. Não torna a queda menor, porém.

Algumas ficaram comigo, fazendo-me cócegas quando estou distraída, outras queixando-se do excessivo ou escasso destaque que lhes foi dado. Foi bom ter espreitado para o lado de lá, de forma mais longa do que sempre fiz desde que aprendi o abecê. Obrigada por me terem dado um vislumbre das vossas vidas.

Tuesday, September 27, 2005

Colírio...

para o olhar, na nova secção, ali ao lado, Miradouro.

Friday, September 23, 2005

hipérbatos forçados


human heart
Originally uploaded by Kanuthya.

tempo preciso de

de preciso tempo

preciso tempo de

Aigues Mortes


Aigues-Mortes
Originally uploaded by Kanuthya.
Uma das muitas localidades atravessadas por canais navegáveis. O departamento de turismo da Camargue podia pagar-me alguma coisa pela publicidade que tenho feito, mas são capazes de suspeitar que é tudo um subterfúgio.

Wednesday, September 21, 2005

febre


Monday, September 19, 2005

La Grande Motte au coucher du soleil

Ei-la, a versão Kitsch de Vilamoura (1. ai isso é que é, se acham Vilamoura kitsch devem rever o conceito; 2. aos fãs de Vilamoura não vale a pena pedir desculpa). Aparentemente um grupo de arquitectos juntou-se algures na década de setenta, apanharam uma grande piela e hoje passeamo-nos pelas suas construções de formas impossíveis. No Inverno fica silenciosa e com as persianas baixas.

mas não chega ainda?

Não... embrenhada que estou numa montanha de papéis.

Pena que por trás deste pôr-do-sol (poderei tornar-me mais vulgar que isto? sim, poderei) esteja um outro emaranhado, que pelos vistos orgulha muito boa gente, de prédios mirabolantes, um deles ostentando o nome do Vasquito, esse mesmo, o Gama. A outra face de La Grande Motte, fronteira de acesso aos arrozais de La Petite Camargue, no post acima...
(Vicent Formica)

Saturday, September 17, 2005

água, água e mais água


(Vicent Formica)

Redoute de Ballestras


redoute de ballestras
Originally uploaded by Kanuthya.

Erguido em meados do século XVIII, para proteger a área dos crescentes ataques de piratas, alberga hoje em dia o Museu Humorístico Albert Dubout.

p.s. as coisas que se vão buscar quando o tempo nos escorre entre os dedos...

Friday, September 16, 2005

Em Palavas Les Flots...


Palavas2
Originally uploaded by Kanuthya.
fica este pequeno forte, literalmente numa ilhota boiando num lago, no post acima vêmo-lo à luz do dia.

Thursday, September 15, 2005

Pedra e Luz


visitemagueloneetage01
Originally uploaded by Kanuthya.

Um dos locais mais belos da zona, para mim, Maguelone.

Aqui, subindo escadas da catedral do século XI. Despojada, por isso ainda mais bela, localizada num emaranhado de lagoas e charnecas cujos trilhos não domino.

Wednesday, September 14, 2005

ao longo de um claro rio de água doce


Powered by Castpost

E parecia aquele Tejo
este rio doirado
parecia até que tu vinhas
comigo a meu lado
ou seria das flores
e das matas cheirosas
das madressilvas dos frutos
das ervas babosas

E pareciam campinas
vales tão estendidos
pareciam mesmo os teus braços
que me abraçam cingidos
ou seria das silvas
do gengibre e benjoim
do cheiro daquela chuva
dos cacimbos enfim

porque haveria de ter
saudades tuas
ao longo de um claro rio
de água doce

E parecia verão
no imenso arvoredo
parecia até que dizias
qualquer coisa em segredo
ou seria dos dias
muito quedos sem fim
das noites muito melhor
assombradas assim

porque haveria de ter
saudades tuas
ao longo de um claro rio
de água doce

Antes da canção

Se nem na vida consigo pôr ordem nos acontecimentos, não haverá certamente motivo para aqui ir colocando com lógica cronológica Fausto e retalhos da história do país que abracei como também meu, porque precisamos por vezes dessa noção de pertença.
Trocando as voltas à Peregrinação e à Trágico-Marítima, começo pelo fim, por ser o único início possível, subindo o rio vou-me embrenhando nas matas até chegar ao planalto que primeiro aqueceu os meus pais, e também o músico já lá deve andar. Contar-nos-á certamente no próximo disco, se o próximo for o último da prometida trilogia, vem um em cada dez anos. É um gajo esperançado, o Fausto. Pelo menos acredita que viverá até lá.

"E tomou-se a boca do rio de S.Lourenço, achando por novas que numa povoação acima estavam alguns portugueses no resgate do marfim. E foi-se por ele, muito quietamente, entre margens povoadas de altas e espessas árvores que levam entretecidas os braços em formosa folhagem. E as matas de diversas cores cheiravam a tigres, onças, leões elefantes e gatos de algália. As flores em cachos amarelos fazem um suave rugido que aos três sentidos enche e farta. Cheirava a oregãos, fetos, agriões, poejos, malvas, alecrim... alecrim..."

p.s. A do gato de algália é excelente, convenhamos. Esperemos que hoje em dia o bicharoco seja conhecido por gato almiscareiro.

Tuesday, September 13, 2005

Flamingos na Petite Camargue


_38671029_flamingoes300afp
Originally uploaded by Kanuthya.

Povoam profusamente estas lagoas, estes belíssimos animais equilibristas. Não migram, como os seus primos de outras paragens, nem mesmo quando o frio vem bem forte.

E se ele vem forte... há pouco de temperado nesta região, o frio é gélido, o calor abrasante e os Verões mais parecem a época das monções africanas.

Não nos deixemos enganar pelo porte altivo dos bicharocos. São mais simpáticos e acessíveis que os vizinhos humanos da zona.

Monday, September 12, 2005

Odores

A palavra soa a coisa boa, mas não é o caso.

Neste momento, com tanta água caindo, as imensas lagoas que rodeiam o local onde me encontro lembram Veneza e Aveiro. E não, não sinto qualquer culpa na comparação. Entre Aveiro e Veneza, entenda-se...

São belíssimos os locais próximos, virão aí fotografias que os antecipam, mas convém passear de lenço tapando cavidades nasais.

E daí concluo que os flamingos não devem ter grande faro.

Friday, September 09, 2005

H2O


...não faltou por cá, e na companhia dos retratados na foto afastaram-me deste canto. Fiquei por aqui entre folhas soltas e a lembrança de Marguerite Gautier e Armand Duval, que se recolheram novamente para dentro das folhas impressas.
A água é tanta que segui pela mão de uma autora que me surpreendeu, como sempre acontece com preconceitos que se instalam vindos sabe-se lá donde. Povoam agora noites à espera do sono os últimos dias da aldeia Rio de Anjo, no Prenúncio das Águas, da Rosa Lobato de Faria.

Monday, September 05, 2005

Pó de estrelas


Powered by Castpost

And I dreamed I saw the bombers
Riding shotgun in the sky
And they were turning into butterflies
Above our nation

Para o título deste post podia ter roubado novamente ao Caetano - Beleza Pura.
Outras letras me chamam hoje com urgência, saio de fininho, deixando-vos a Joni Mitchell e esta coisa linda.

Friday, September 02, 2005


Powered by Castpost

Cá em casa até se benzeram quando ouviram isto, mas não há nada a fazer. Continuo a adorar Faith No More, até quando brincam com covers. Fica a faltar o tema do Midnight Cowboy tocado a harmónica.

Thursday, September 01, 2005


dama
Originally uploaded by Kanuthya.
A desordem mental reflecte-se nos volumes sobre a mesinha de cabeceira. Maravilhada pela linguagem de Remarque, do que menos precisava agora era da guerra crua. Assim, pousei o velho livro de bolso do meu pai e traio-o actualmente com A Dama das Camélias, que comprei n'A das Artes, numa tarde de vergonha pela fuga de anos aos clássicos franceses. Fugirei da crueza dos campos de batalha de Remarque para outra miséria, esta fantasiada de fausto do Dumas Filho?