O tempo serrou as pedras que foram carregadas e montadas no século XII, mas o muro continua a providenciar protecção ao lençol estendido. Ah, o tempo não... foram as Guerras da Religião que ironicamente a foram devastando, de 1562 a 1622.
Do lado de lá, descubro que ficam sempre anjos a velar, por mais sós que nos creiamos.
Alguém pensou bem que a pedra envelhecida não valia menos, merecia ela também uma senhora alva velando. Aprecio, pois a minha cultura de origem valoriza os mais velhos, apesar de a guerra subverter tudo aquilo em que cremos, sobretudo nós mesmos.
A senhora de alva pedra espreita o busto de Clemente IV, filho desta terra, papa no século XIII. Curiosamente, chamava-se Guy Foulques, e avisam que não deve ser confundido com Guy Fawkes. Não ganhem juízo, não, que não é preciso...

A igreja com portas de uma cor tão minha prometia, mas lá dentro estavam noivos e convidados. A noiva, que encontrámos por uma viela vizinha, ia vestida de vermelho, como a porta. O meu amor achou estranho, no seu jeito de achar algo estranho, que dura um minuto e trinta segundos e depois some-se no ar. Eu achei naturalíssimo. Já vos disse que sou escorpião?
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