Monday, April 03, 2006

Esboço para regresso

Parto e regresso para e de sítios plenos de gestos meus gravados.
A maior parte das plantas resistiu estoicamente à ausência do líquido vital, olha-me com desdém de rebento entrando na puberdade, que grita a sua individualidade à mãe esmagadora. Na varanda há apenas uma hortelã-pimenta, de ramos e folhas ressequidas, já rendida às pompas fúnebres, pressentindo as pernadas da familar ainda fresca num jarro com água, lá dentro, protegida do sol que começa a descer sem piedade de nada nem ninguém. É assim o sol neste espaço que ocupo, não permite sombra, entra por cada fresta e tudo ocupa. E queima. Precisamos as duas de sombra, menta arvensis.