Tombe la neige
O poster na parede era exactamente este. A aragem fria insinuando-se pela saia acima fazia sempre sorrir, num toque sádico matinal. Um dia antes de regressar, ao abrir as portadas de manhã, a montanha tinha o aspecto de ter sido pulverizada pelas cinzas de um espirro de vulcão. Momentos mais tarde o sol lá se dignou a espreitar e devolveu o pouco verde às encostas, derretendo a escassa neve fantasiada de cinza.
Nessa tarde, na roda viva do consumismo andorrano, entre baforadas saídas das bocas, volumes de tabaco empilhados e alardes luminosos dos fabulosos preus despidos de imposto, tive a visita da minha personagem querida, a quem não fiz justiça na escrita. O seu nome surgiu-me em letras luminosas, anunciando não sei que produtos numa loja. Não fui verificar, não importava. era ela, insunuando-se e lembrando-me de que merece mais. Aproveitei o momento em que o polícia sinaleiro se girava para o outro lado, ordenando que o trânsito fluísse, e pisquei-lhe o olho, prometendo-lhe escrever melhor a estória que me murmurou em sonhos.
4 comments:
Eu tenho saudades da neve. Aqui só há frio, neve nada...
e io ho nostalgia di un sogno
Conheço Andorra mas, sem neve.
E que personagem é essa???
Ó, como ficámos curiosos!...
Conte lá!
bjs
A personagem foi a protagonista do livro que escrevinhei. Ela merce que a sua estória seja melhor contada, e quis fazer-me perceber isso :)
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