Tuesday, May 24, 2005

Tento escrevinhar por aqui, mas sempre amei o cheiro do papel e suas texturas, a forma como a tinta desliza, o toque das canetas que se tornam extensões de nós.
Estarei longe da minha língua primeira, ou fará ela parte inseparável de mim? Tremo perante a possibilidade do seu esquecimento, rodeio-me de livros e projectos de nunca deixar as letras lusas de parte, tal é o pavor do erro, muito além do ortográfico, do erro do esquecimento da mais pura poesia, que talvez só nos nossos irmãos irlandeses tenha par, dos jogos de possibilidades infinitas, tal como aqueles do amor, sempre reinventado, sempre ultra sentido.

2 comments:

Carolina said...

Pois é!
É por isso que eu escrevo primeiro num papel e depois copio as garatujas quase ilegíveis!...

Anonymous said...

esquecer uma língua que amamos deve ser muito parecido ao esquecimento da identidade de um amado, ainda mais a nossa língua...é uma amnésia, um buraco negro.
bj*
soraia