Il quadernino
Deram-lhe um, pequenino, forrado em tecido acolchoado, garrido e da cor que com ela condiz, vermelho escuro, como o sangue. Veio no tamanho exacto para lhe fazer sempre companhia, para onde fosse. E ela rabiscou lá palavras alheias, muito mais que as suas, as rimas ou ausência delas na poesia que as dispensa.
Foi este o primeiro presente que fez em réplica para ele, anotando as primeiras entradas de um caderninho que deveria ou poderia ter sido continuado vida fora, a duas caligrafias entrelaçadas. Jaz lá, não está morto nem arrefece, não é vermelho fogo, mas queima.
1 comment:
"...um caderninho...continuado vida fora...Jaz lá...mas queima." Não posso interpretar a imagem que as tuas palavras traduzem, mas ouso escrever que, com um caderninho bastamo-nos a nós próprias.
amo-te*
soraia
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