Thursday, May 26, 2005

Il quadernino

Deram-lhe um, pequenino, forrado em tecido acolchoado, garrido e da cor que com ela condiz, vermelho escuro, como o sangue. Veio no tamanho exacto para lhe fazer sempre companhia, para onde fosse. E ela rabiscou lá palavras alheias, muito mais que as suas, as rimas ou ausência delas na poesia que as dispensa.

Foi este o primeiro presente que fez em réplica para ele, anotando as primeiras entradas de um caderninho que deveria ou poderia ter sido continuado vida fora, a duas caligrafias entrelaçadas. Jaz lá, não está morto nem arrefece, não é vermelho fogo, mas queima.

1 comment:

Anonymous said...

"...um caderninho...continuado vida fora...Jaz lá...mas queima." Não posso interpretar a imagem que as tuas palavras traduzem, mas ouso escrever que, com um caderninho bastamo-nos a nós próprias.
amo-te*
soraia