Thursday, April 21, 2005

Per il mercatore

Porque os outros se mascaram e tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão
Porque os outros têm medo mas tu não


Porque os outros são os túmulos calados
Onde germina calada podridão
Porque os outros se calam mas tu não


Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo
Porque os outros são hábeis mas tu não


Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos
Porque os outros calculam mas tu não.


Sophia

3 comments:

Anonymous said...

Gosto de pensar que me conheces. A cada máscara que usasse contraporias a minha face desnuda. Contento-me quando me separas dos outros e me dizes docemente, como aqui, o quão inábil, ingénuo ou impulsivo posso ser.
De resto, ainda que roubes sem castigo as palavras, é a beleza da sua sonoridade que hoje não apaga este sorriso.

Obrigado por teres estado comigo.

Baci

Anonymous said...

os outros, os outros, os outros, sempre os outros. Desnudos caminhamos rodeados de outros e outros como nós, vamos dando com a dádiva que recebemos um mimo, um abraço, um sorriso e tudo nos escapa. não temos vocação para o que nos escapa, somos meras gargalhadas entusiastas da vida e pelo sabor do amor. queremos dar tanto que transformamos as angústias e sofrimento em poesia. nobre vida.
amo-te muito,
soraia

Anonymous said...

Porque os outros são os outros, mas tu não, estou aqui contigo!